Aproveitando o balanço criado por jogos como o Minecraft, Fortnite e PUBG, a Microsoft quer fazer chegar a compatibilidade Xbox Live a mais plataformas, começando pelo Android, iOS e Nintendo Switch.
Embora ainda não se trate daquilo que todos os jogadores gostariam (e que já vai sendo feito para alguns jogos Xbox / PC) onde pudessem comprar apenas um único jogo que pudessem jogar em todas as plataformas, esta expansão do Xbox Live a outras plataformas tem como objectivo facilitar a vida dos jogadores que jogam os mesmos jogos em diferentes dispositivos.
Vai sendo cada vez mais comum que se possa ter um jogo instalado no PC em casa - ou Xbox - mas que também se jogue o mesmo jogo num smartphone ou tablet quando se está fora de casa. E como qualquer jogador saberá, não há nada mais irritante do que ter contas separadas, significando que tudo aquilo que se fez num dos dispositivos não será replicado no outro, obrigando a repetir os mesmos níveis, ou a perder valioso tempo para tentar obter os mesmos items.
Caso a Xbox consiga convencer developers a adicionarem o suporte Xbox Live nos seus jogos Android, iOS e Switch, ganha um importante trunfo no sentido de se tornar numa plataforma mais atractiva para esta geração que já não está disposta a aceitar que cada jogo fique "fechado" num único dispositivo. Falta agora ver qual será a resposta da Sony a esta nova ofensiva da equipa MS.
Posso pedir uma correcção? ;)
ResponderEliminarNa frase "todos os jogadores gostariam" podes acrescentar "(com excepção de um)"? :D
É que sinceramente eu não gostaria nada disso! Por diversos motivos.
O principal é que os jogos consola conseguem a performance que conseguem pelo facto de serem optimizados para o seu hardware. O que referes ou obrigaria a hardware todo igual ou, uma vez que não é o que acontece, uma quantidade de layers de abstração gigante que tornariam as performances do jogo execráveis, e longe de explorar o hardware ao máximo.
Isto não é bem o que acontece no caso Xbox PC, mas só nos exclusivos Microsoft, onde basicamente se fazem duas versões do jogo. Mas isto só é possivel pela partilha de OS e APIs. Com outros sistemas, para a tal ideologia que referes, tal não seria possível sem as implicações de cima.
Depois associadas a essas implicações surgem uma série de ramificações adicionais desse factor que não me agradam também, mas que não irei agora aprofundar.
A alternativa a esses problemas é o streaming. Mas o streaming possui outros problemas muito próprios como o lag e a necessidade e dependência de internet! Mas um dos principais, pelo menos para mim, é a falta de posse (e eu nunca gastarei dinheiro num jogo cuja posse está dependente de servidores (lembras-te de escrever sobre o fecho da loja da Wii?), e onde no final fico dependente da vontade de terceiros, podendo ficar sem. Da mesma forma abomino os pagamentos ingame que só contribuem para o Pay 2 Win, e deturpam aquilo que é a diversão livre que sempre existiu no modelo clássico, introduzindo limites dos mais diversos ou entraves na evolução e diversão, de forma a tornar o pagamento mais interessante.
Este problema do custo parece tornar-se mais atractivo com o modelo de mensalidades baixas e muita oferta do GAAS (Games as service), como o ofertado pelo Gamepass, mas que é um modelo que tambem não me agrada.
Aqui a questão da posse e disponibilidade do jogo ficam mais uma vez dependente de terceiros, e para além disso, dado que este é um modelo que só funciona bem com a libertação continua de conteúdo de forma a manter os utilizadores presos, e não gostando de ficar agarrado a um único jogo muito tempo, tal não me agrada. Para além do mais, esta libertação de conteúdo faseada faz com que os jogos possam ser lançados de origem com muito pouco(sea of thieves?). Basicamente como a Microsoft refere e reconhece, é um modelo que altera a forma como se cria, distribui e joga, e distribuído e criado desta forma ele impede a criação de software com a mesma qualidade devido às receitas menores, especialmente quando no mesmo aluguer se tem centenas de outros jogos que estão lá para receber também uma fatia do bolo. É igualmente um sistema que não se adequa bem a jogos de jogador único, algo que como se viu nesta geração, ainda está longe de estar morto como se tenta pintar.
No fundo o GAAS, especialmente se associado ao streaming, poderia trazer a tal universalidade que refere, mas as implicações seriam tantas, especialmente com a concorrência de diversos serviços que tentariam criar exclusividades para serem atractivos que não só se fragmentaria de outra forma o mercado (e voltávamos à mesma separação que havia com o hardware) como para a qualidade dos jogos AAA ser mantida iria, mais uma vez, ou obrigar a subir mensalidades, ou obrigar a receitas extras ingame.
Daí que, tendo já 47 anos, e tendo vivido com o modelo atual desde que sou pequeno, estou muito satisfeito com ele. A pessoa compra a consola que mais gosta e depois compra os jogos para ela. Não há coisa mais simples! Se cobiça ou jogos da outra, das duas uma, ou escolheu mal, ou então compre a outra também! Esse sempre foi o motivo porque tive várias consolas.
Daí que não.. não pretendo e nem desejo o que referes! Cross buy ainda vá, mas isso é dispendioso e de forma alguma será universal.
Falaste bem, mas partiste de um pressuposto errado. Comprar um jogo e ter acesso automático ao mesmo para qualquer plataforma PC/Switch/Android/iOS em nada invalida que o jogo seja criado e optimizado para cada plataforma. O que se passa é ter um sistema que permita a centralização / sincronização das aquisições e gestão dos jogos, de modo a que quando atinges um determinado nível num jogo, o mesmo seja reflectido quer estejas a jogar no smartphone ou na Xbox em casa - para não teres que fazer "a mesma" coisa.
EliminarDizeres que ser pago é uma discriminação... seria, se na PlayStation não tivesses o PS Plus equivalente, e na Switch também um serviço pago (que ainda parece saber muito bem o que quer ser). O XBox Live é o serviço mais bem pensado e implementado... e esta expansão para outras plataformas será mais um passo que irá ampliando as suas vantagens.
Foi a Sony que meteu os pés pelas mãos nestes últimos anos, perdendo a sua posição de apoiante de jogos independentes e de colocar os interesses dos jogadores em primeiro lugar (o não permitir o cross-play em vários jogos foi mais um "prego" nesse caixão). O que é curioso, porque na fase de lançamento as posições estavam invertidas... com a MS a parecer querer fazer da Xbox tudo menos uma máquina de jogos (destacando a sua utilização como TV Box, etc.)
Uma coisa é certa, se tiver que escolher entre um jogo para PS4 ou XBox One, e onde um deles me permita também jogar no PC, e mater o estado sincronizado com a versão Android, iOS e Switch... não há dúvidas sobre qual irei escolher.
Creio que estás a confundir as coisas. Uma coisa é Cross-Buy, algo que só acontece dentro da mesma plataforma. Outra coisa é o que querias e referias, ou seja, um jogo comprado uma vez e que jogas em qualquer plataforma.
EliminarDe resto a conversa que estamos a ter é típica de quem aprecia uma plataforma ou outra, pelo que não vou entrar por aí, uma vez que não levaria a nada! Vou-me cingir aos factos.
E a realidade é que na Switch ou na PSN não tens essa situação de alguem ter acesso a algo que é pago, de forma gratuita. Apenas na Xbox é que isso acontece! Os possuidores Xbox precisam de pagar para jogar online, já os de PC que levam os mesmos jogos, não! É um facto, não estou a opinar!
Lá o Live ser o serviço mais bem pensado e implementado, não discordo sequer, aliás nem sequer coloquei isso em causa.
Quanto ao Cross Play, a posição da Sony é nem mais, nem menos que a que a Microsoft tinha antes.
Aliás estás a cair num erro quando dizes que a Sony não apoia o Cross Play. Basta ver a lista de jogos Playstation e Xbox que suportam Cross Play para perceberes que a lista da Xbox é menor que a da Sony. A sony suporta Cross Play desde a PS2!
No global a Playstation conta com 79 jogos com suporte Cross Play. A Xbox com 42!
Se formos contar só os jogos que fazem cross play com plataformas de terceiros, o que exclui jogos entre a PS4, PS3, PS2 e Vita, e a Xbox com o PC, por serem a mesma plataforma, a Playstation conta com 39 jogos, a Xbox com 15.
Aliás na geração 360 a Microsoft foi muito criticada por não suportar o Cross Play, algo que a PS3 fazia.
Algo que não interessava pois possuía a consola que liderava as vendas. Agora com a Xbox One a coisa mudou e o Cross Play passou a interessar. E eliminar o factor "a consola onde os amigos estão a jogar" como fator de compra, passou a interessar e muito.
Mas nada disso é criticável ou sequer digno de registo. São realidades de mercado que acontecem num mercado de comer ou ser comido! Quem está por cima não quer ceder a sua posição, quem está por baixo quer tudo! Olhar para as posturas de ataque e resposta como o mau e o bom é alhear-mos-nos da realidade que existe e sempre existiu.
É a meu ver, especialmente perante a realidade do Cross Play, uma forma dissimulada para se defender um dos lados (não te estou a acusar disso - Malta... eu e o Carlos somos amigos, e estas discussões filosóficas à maluco já vem dos tempos em que ambos andávamos nas BBS. :) )!
Quanto ao parágrafo final concordo contigo, Daí que a Microsoft não sendo grande amiga do Steam no que toca ao Cross Play, a PS4 continua a ser a plataforma que mais jogos suporta com essas caracteristicas e com maior alcançe em todas as plataformas.
Recomendo:
http://www.pcmanias.com/toda-a-realidade-sobre-o-cross-play-em-todas-as-plataformas/
Faço só uma ressalva que os números podem estar desactualizados, sendo que eram válidos na data de escrita do artigo que escrevi para a PCManias.
EliminarJá no que toca ao Xbox Live nos outros sistemas sinceramente não concordo com ele e por vários motivos.
ResponderEliminarO primeiro é que existe discriminação quando os possuidores de consolas Xbox necessitam de pagar para jogar online no Live, ao passo que os outros não, e vão usufruir gratuitamente do mesmo (pelo menos nesta fase, pois no futuro a ideia será certamente coloca-los a pagar).
Depois porque durante anos a Microsoft fugiu do conceito de se ligar a outras redes como o diabo da cruz. Mas agora que a sua consola tem uma base de utilizadores que se estima será a menor de todas no final deste ano, e em que o número de utilizadores activos na rede tem sido uma arma de marketing da Microsoft, para promover um sucesso que não existe, não me parece correcto que se queira agora acrescentar à sua rede os utilizadores das redes da concorrência. Porque motivo os utilizadores da Switch se devem conectar à rede da Microsoft, mas os da Microsoft não se ligam, por exemplo, à rede da Nintendo?
Papistas sim... mas mais do que o Papa não me soa bem! Daí que a Sony certamente não aderirá! E com toda a razão! A que propósito a Sony iria permitir um aumento teórico de 90 milhões de utilizadores à rede da Microsoft? Isto é concorrência! É um mercado de matar ou morrer, e a ideia de todos de mão dada e todos amiguinhos não cabe aqui! As empresas estão no mercado para ganhar dinheiro e sobreviver e estas parcerias só existirão se forem vantajosas para ambos os lados, o que aqui, claramente não acontece da mesma forma.