terça-feira, 24 de novembro de 2009

Os Jogos da Minha Vida – Parte 2

(Ed. Eis a segunda parte do artigo do meu caro amigo Mário Ferreira, que resolveu colocar "no papel" aquilo que tantas vezes nos passa pela cabeça e que é tema recorrente sempre que falamos sobre jogos: quais os jogos que permanecem na nossa memória. Não se esqueçam de ler as partes anteriores.)



2ª Etapa – Período de 1984 a 1988

O período de 84 a 87 foi para mim um dos mais importantes no que toca à informática. Para além de ter tido o meu primeiro computador, foi nesta altura que o ganhei o bichinho e que aprendi a programar, tudo graças ao ZX Spectrum. Neste período possuí um 48K e mais tarde um 128K+2 que me fizeram experimentar as delícias dos seus jogos.
Recordo com saudades as tardes passadas com os meus primos a programar e a jogar, bem como das idas ao centro comercial Dallas para adquirir jogos. Curiosamente, ainda possuo estes dois computadores e estão ambos perfeitamente funcionais.



Eis os meus destaques para esta fase.

GALAXIANS – ZX Spectrum - 1984
Juntamente com o meu primeiro computador Spectrum vinha uma cassete com vários jogos. Desses, alguns tornaram-se clássicos e garantiram a sua presença nesta lista. Galaxians foi um desses jogos.
Extremamente simples no conceito – disparar e desviar das balas e inimigos – e com movimentação limitada às laterais, o jogo era simples mas extremamente aditivo.
O som era ridiculamente eficaz. Simples, mas de uma eficiência extrema, criando um ambiente que, para a época, era fora de série.

MANIC MINER – ZX Spectrum - 1984
Seria quase impossível falar do Spectrum e negligenciar o Manic Miner. Mais um dos jogos que vinha de origem com a minha máquina e um grande clássico.
Nunca fui grande fan de jogos de plataformas, mas nesta época houve vários que me cativaram tremendamente, sendo que Manic Miner foi um deles. Bem produzido e com boa jogabilidade exigia perícia e destreza, possuindo uma banda sonora que ainda hoje, apesar de básica, qualquer jogador desta época é capaz de cantarolar.

CHUCKIE EGG – ZX Spectrum - 1984
Não falar de Chuckie Egg seria cometer a maior atrocidade da minha vida. Foram horas e horas perdidas a jogar. Um dos jogos mais viciantes da era Spectrum e que ainda hoje experimento em emuladores. Controlar o pequeno mexicano para apanhar os ovos todos do galinheiro evitando os patos parece simples, mas não o é. Aberturas, elevadores, e escadas contribuíam para uma estrutura de jogo fabulosa e inesquecível que era ainda aumentada pelo facto de vários jogadores poderem alternar as suas partidas, tornando-o no jogo ideal para quando várias pessoas se juntavam no computador.

CYCLONE – ZX Spectrum - 1985
Cyclone foi outra das obras-primas do Spectrum e um jogo que ainda hoje se joga bem e sem chocar, quer a nível gráfico, quer sonoro ou de jogabilidade. A ideia era simples, fazíamos parte de uma equipa de socorro colocada num arquipélago de ilhas eminentemente ameaçado por um ciclone que se deslocava entre elas. A ideia era evitar os ventos fortes criados pelo ciclone e salvar as várias pessoas existentes nas ilhas recorrendo a um guincho instalado no helicóptero. A proximidade do ciclone, que se movia aleatoriamente entre as ilhas, criava ventos fortes e instabilidade no voo e caso não nos afastássemos estávamos condenados ao acidente. Havia ainda de ter atenção ao combustível e ao tráfego aéreo do local. Simplesmente fabuloso!

SABOTEUR – ZX Spectrum - 1986
Saboteur foi um dos jogos do Spectrum que mais recordo. Era relativamente curto, mas impressionava pelo grafismo e dimensão das personagens.
Controlávamos um Ninja que entrava numa instalação militar protegida por câmaras de segurança, policias e cães de guarda, com o objectivo de roubar um disco com dados ultra secretos.
Abrir portas, hackar computadores, lutar corpo a corpo ou usando as armas disponíveis eram tudo realidades existentes neste jogo que uma vez concluído dava uma satisfação tremenda e a vontade de se repetir tudo outra vez. E eu repeti-o inúmeras vezes. Oh se repeti.

DAN DARE – ZX Spectrum - 1986

O bom uso da cor sempre foi uma dificuldade no Spectrum. Normalmente os jogos que o conseguiam usavam os recursos da máquina de forma pouco inteligente, optando por um grafismo enorme e exagerado. Dan Dare conseguia de forma primorosa o que poucos conseguiram. O uso de cor era assombroso, a jogabilidade fabulosa, a fluidez era impressionante, e a história e desenvolvimento do jogo extremamente bem conseguido. Este foi um dos jogos que mais joguei e adorei no spectrum, sendo que ainda recentemente andei a jogar um bocado num emulador para matar saudades.

THANATOS – ZX Spectrum - 1986

Thanatatos era uma revolução para a época. Num mundo medieval e mitológico controlávamos o enorme e pesado Dragão cuspidor de fogo, Thanatos contra criaturas das profundezas dos oceanos, outros dragões e acima de tudo, malvados humanos. Para tal podíamos usar a chama expelida pela boca ou as enormes garras do dragão que era capaz de levar homens e cavalos pelos ares. Fabuloso eram os ataques aos castelos onde teríamos de queimar as pesadas portas de madeira antes de podermos prosseguir.


MATCH DAY 2 – ZX Spectrum - 1987

O Spectrum maravilhou o mundo com um jogo de futebol denominado MATCH DAY. Era efectivamente dos primeiros jogos dedicados ao desporto rei onde o que víamos e jogavamos efectivamente se assemelhava a futebol. Mas Match Day, apesar de ser um bom jogo não foi dos jogos que mais me impressionaram, o que já não pode ser dito do seu sucessor, o Match Day 2. Match Day 2 era uma melhoria significativa sobre o predecessor, quer a nível gráfico, quer na jogabilidade onde se podia controlar a força do remate e mesmo dar toques de calcanhar, impondo-se assim como sendo o primeiro título de futebol realmente impressionante. Foram muitas as noites e os torneios de match day 2 com amigos. Marcante!

TURBO ESPRIT – ZX Spectrum - 1988
Uma das maiores proezas técnicas conseguidas no Spectrum contribuíram igualmente para um dos jogos mais viciantes existes para a máquina. Em Turbo Esprit conduzíamos um Lótus Turbo Esprit em diversas cidades, com o objectivo de capturar os carros dos passadores de droga locais. A atenção pelo pormenor era notável - várias faixas de rodagem, semáforos, peões, obras, homens em escadas a trocar lâmpadas, bombas de gasolina, etc - eram algumas das coisas que podíamos encontrar no jogo. Uma cidade a pseudo 3D com carros realizados da mesma forma e onde podíamos inclusive ver as luzes de pisca a indicarem as manobras criaram uma obra-prima que foi nada mais, nada menos, do que uma proeza para a época. Pessoalmente não me consigo recordar deste jogo sem me virem à cabeça várias músicas de “Bruce Springsteen” dado que habitualmente sempre que jogava este jogo estava uma “cassette” desse autor a tocar.


Na 3ª Parte - iremos abordar o Período de 1987 a 1990

1 comentário:

  1. Estou curioso com os próximos anos, pois a partir dos próximos anos que fiquei mais marcado :)

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