Procurar vulnerabilidades em consolas é uma tarefa que requer conhecimentos bastante específicos, mas que vai tendo uma comunidade de curiosos que não resistem ao desafio técnico e desejo de nelas poderem executar os seus próprios programas (o chamado "homebrew" no caso das consolas da Nintendo). No entanto, essa é uma tarefa que pode por os envolvidos num cenário que parece saído de um filme de espiões.
Descobriu-se que a Nintendo efectuou uma campanha de espionagem avançada e intrusiva sobre um hacker que se estava a dedicar a procurar vulberabilidades na Nintendo 3DS, chegando ao ponto de recolher informações sobre os seus antecedentes e hábitos diários, incluindo a que horas estava em casa e no emprego, se costumava estar outras pessoas, etc.
O cenário torna-se ainda mais surreal, pois a Nintendo criou um flowchart sobre como iria abordar o indivíduo, incluindo detalhes de começar uma aproximação de forma "amigável", mas estando contemplado todo o tipo de acções para o prejudicar no caso da conversa não seguir o rumo que a Nintendo desejava.Reposting this to hide the sensitive information, but Nintendo literally stalked this guy. pic.twitter.com/rFCHIJ1CI4
— Forest of Illusion (@forestillusion) December 22, 2020
Por vezes vemos histórias de ficção sobre as "corporações malvadas", que chegam a acumular tanto poder que passam a ser entidades que recorrem a todo o tipo de tácticas normalmente associadas a agências de segurança governamentais. Este caso vem demonstrar que o único erro é achar que isso se fica pela ficção.
Infelizmente, estas mesmas corporações têm também feito enormes esforços para tornar ilegal o tipo de hacking que permite que um consumidor possa ter total controlo sobre o hardware que comprou... e se já dantes recorriam a este tipo de abusos que agora veio a público, imagine-se aquilo que poderão fazer no caso de o conseguirem.
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