quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Os Jogos da Minha Vida – Parte 4

(Ed. Eis a quarte parte do mega-artigo do meu caro amigo Mário Ferreira, que resolveu colocar "no papel" aquilo que tantas vezes nos passa pela cabeça e que é tema recorrente sempre que falamos sobre jogos: quais os jogos que permanecem na nossa memória. Não se esqueçam de ler as restantes partes.)



4ª Etapa – Período de 1990 a 1995

Este periodo marca a entrada definitiva dos PCs na minha vida. Apesar do ATARI ST possuir um emulador de 286 e de ter vindo mais tarde a adquirir um portátil 386, o meu primeiro computador PC foi um Intel 486 DX 33 Mhz. Ainda neste período fiz o respectivo upgrade a essa máquina para um Intel DX2 66 Mhz e posteriormente um AMD DX4 100 Mhz. É por esse motivo uma época marcada pelos jogos MS-DOS.
A par dos jogos, esta época ficou também marcada pelo online, nas BBS’s e a minha participação na Fidonet onde fiz vários GRANDES amigos (ed.: nos quais eu me incluo! :) que ainda hoje mantenho, bem como pelo aparecimento da Internet e a introdução dos CD-ROMS.




Para esta época destaco os seguintes jogos:

WING COMMANDER – PC - 1990
A saga Wing Commander foi vivida por mim com grande intensidade, tendo dado origem a diversos jogos e tendo mesmo sido transposta para o cinema (num filme de péssima qualidade, mas isso é outra história). Desde a primeira versão que, como fan de ficção científica, fiquei vidrado no jogo, tendo jogado todos os jogos da série, incluindo as versões mais avançadas e lançadas posteriormente em CD ROM, com participação de actores como Mark Hammil, Malcolm McDowel e John Ryes-Davies. Um jogo que me marcou tremendamente nesta época e que, acreditem, compraria imediatamente caso saisse um novo episódio.

PRINCE OF PERSIA – PC - 1990
Prince of Persia foi o primeiro de muitos jogos de um “franchising” de sucesso. A versão inicial era um mero jogo de plataformas 2D, mas que impressionava pela qualidade e realismos das animações da personagem que para álem de serem e parecerem realmente semelhantes às humanas, apresentavam influências da inêrcia natural do movimento com tempos de paragem e arranque para corrida progressivos. Um grande jogo que ainda nos dias que correm move multidões de fans nas suas sucessivas versões (entretanto a 3D), e que verá brevemente um filme baseado no seu tema.

4D SPORTS DRIVING – PC - 1990
Cronológicamente o jogo mais antigo desta época, sendo que os requisitos para o mesmo eram os de um mero 386. 4D Sports driving apresentava um mundo 3D completamente aberto onde vários carros poderiam efectuar acrobacias diversas nas pistas existentes. Mas o ponto forte do jogo era o seu editor de pistas que fornecia a liberdade criativa ao jogador, podendo este posteriormente partilhar as suas criações com os amigos.

WOLFENSTEIN – PC - 1992

Quando do seu lançamento, Wolfenstein espantou o mundo. Um universo 3D onde o jogador se movia livremente aos tiros em soldados alemães que se moviam igualmente de forma livre pelos cenários.
Passagens secretas, armas diversas e inimigos inteligentes eram algo nunca visto e que exigia uma máquina potente. O seu realismo era viciante, e a jogabilidade extrema prendiam milhares de jogadores em frente aos ecrãns de todo o mundo. Marcou o verdadeiro início do 3D, tal como o conhecemos, nos jogos de tiro. O jogo foi na altura proibido na Alemanha.

INDIANA JONES AND THE FATE OF ATLANTIS – PC - 1992

O SCUMM da Lucas Arts introduzido em the Maniac Mansion veria em Indiana Jones and the fate of Atlantis aquela que eu considero como uma das melhores aventuras gráficas de todos os tempos.
Apesar da qualidade inegável dos outros títulos anteriores desta série, The fate of Atlantis, com uma história fabulosa e que poderia efectivamente fazer parte da saga Indiana Jones, bem implementada e seguindo o espírito da série acaba por ser a melhor e mais original aventura de Indy nos computadores. Uma das aventuras gráficas que mais prazer me deu jogar e que ainda bem recentemente revivi.

DOOM – PC - 1993
Doom foi lançado pouco depois de Wonfenstein e era uma evolução desse jogo em todos os aspectos. Agora o jogo era verdadeiramente 3D, com zonas desniveladas o que não acontecia anteriormente em Wolfenstein, onde todo o jogo se desenrolava ao mesmo nível. A história contava a invasão de uma base por forças vindas das profundezas do inferno, e foi o percursor de vários jogos da saga, todos eles prezando pela qualidade e pioneirismo a nível de inovações tecnológicas e de técnicas de programação. Um dos jogos mais marcantes de todas as épocas, e que sem dúvida merece um lugar em qualquer lista dos melhores jogos de sempre. Foi mais um dos jogos que teve direito a uma versão cinematográfica.

NASCAR – PC - 1994

Numa altura onde os jogos eram maioritáriamente em resoluções 320*200 e os objectos 3D com texturas de qualidade eram escassos, eis que aparece Nascar. Carros bem texturados e com desenhos personalizáveis criados pelo utilizador que corria de forma fluida a 640*480 num DX2 66 Mhz atraiu as atenções de muitos. Pelo menos esse foi o meu caso que não me cansava de ver os carros 3D a desfilar nas repetições existentes no final das corridas. Eis aqui um exemplo de um jogo que me marcou nesta época não pela extrema qualidade do jogo em si (e não pretendo aqui retirar mérito à que efectivamente existia), mas pela excelência técnica apresentada que era para a altura um regalo para os olhos. Curiosamente os restantes títulos desta saga não me suscitaram interesse.

NEED FOR SPEED – PC - 1994
Apesar dos gráficos serem agora completamente ultrapassados, quando do seu lançamento Need for Speed era um colosso. Grafismos 3D extremamente avançados para a época e com tremenda atenção ao pormenor (lembra-me de ficar pasmado ao ver as jantes rodar ao ritmo certo e a acompanhar a velocidade do carro). Foi um sucesso de vendas e deu origem a muitos mais jogos desta série, dai que tanto para mim, como para muitos outros jogadores, este lançamento tenha sido um marco importante e um nome a reter. Num DX4-100 era possivel jogar-se a 640*480 o que aumentava ainda mais o seu deslumbre visual.

UNDER A KILLING MOON – PC - 1994
Under a Killing Moon era assombroso para a época. Um jogo que só poderia ser realizado com a tecnologia oferecida pelo CD-ROM, pois misturava vídeo com objectos pseudo-3d. Efectivamente, e tomando como exemplo a imagem do lado, podiamos-nos mover livremente na sala, mas iríamos verificar que, com excepção de alguns objectos chave, os restantes mantinham a mesma face virada para nós, o que indicava a mistura de 3D com falso 3D (caso das personagens, dos objectos da secretária, etc). Fosse como fosse, o ambiente criado era algo nunca visto na altura e os resultados eram marcantes pois mostravam a capacidade de evolução que os videojogos poderiam vir a ter.



(ed.: e o  Magic Carpet? ;)

Na 5ª Parte - iremos abordar o Período de 1995 a 2000

11 comentários:

  1. Hummm... há aqui uma gaffe que provavelmente até foi minha. Mas o Duke Nukem é de 96... Aparece depois do DOOM, e aqui está em 91. :(

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  2. Exacto... o erro deve ter sido com o jogo Duke Nukem original (o de plataformas, esse de 91)... Pena, mas considere-se este como um jogo do fim deste periodo.

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  3. Pois, eu também tinha estranhado isso e marcado para ir verificar (mas depois "passou-me")
    Era estranho estar ali o Duke Nukem 3D antes do Doom. :)

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  4. Toda a gente sabe que o Duke Nukem já existia antes do chuckie egg, não sei qual é o vosso problema :P

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  5. Está corrigido, passei-o para a secção seguinte, que aparecerá amanhã. :)

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  6. Para mim faltaram vários essenciais :)

    Civilization (ainda jogo!!!)
    X Wing (muito melhor que o wing comander) (tinha vontade de jogar um remake disto na wii devia ser fixe)
    Dune 1 e 2
    Maniac Mansion: Day of the Tentacle

    Isto é o que me lembro, foi sem dúvida na minha opinião a melhor fase dos jogos

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  7. Os Dune!!! Tanta horinha que eu perdi a jogar isso :D

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  8. A tentativa de limitar a escolha a 10 jogos leva a que grandes títulos estejam foram. No entanto, Dune 2 (o Dune 1 não era um RTS, era uma coisa estranha), apesar de ter sido efectivamente pioneiro, não foi ele que marcou o estilo, dai que tenha optado por outros como verás amanhã.
    Já o Maniac Mansion foi verdadeiramente um classico que tinha direito a estar aqui, só se vendo cortado pelo limite imposto.

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  9. Mário, o teu percurso de processadores foi similar ao meu.

    Joguei todos os jogos aqui falados e ainda me lembro de várias horas passadas a ver o Carlos jogar NFS no maquinão dele da altura e depois chegar a casa e ter de baixar a resolução.

    Horas perdidas no Wolfenstein a andar encostado à parede e a carregar na barra de espaços para descobrir passagens secretas.

    X-Wing e Tie Fighter eram também obrigatórios no PC de qualquer fã de dogfights espaciais.

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  10. Xii lembrei-me de mais 2 jogos que perdi horas e horas nesta fase mas acredito que não tenham marcado o pessoal.

    Micro Machines
    Psycho Pinball

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  11. @Nuno José: enganas-te, pelo que vejo 70% da minha adolescência foi passada a jogar e o Micro Machines e Psycho Pinball foram obrigatórios na minha "formação"

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