segunda-feira, 8 de julho de 2019
Google espera que operadores ajustem limites de dados para o streaming de jogos
A chegada do serviço de streaming de jogos da Google - o Stadia - está a levantar preocupações quanto aos limites de dados impostos pelos operadores de internet, mas a Google "tem confiança" que os operadores irão ajustar os limites.
O streaming de jogos, se se tornar tão popular quanto o streaming de filmes, arrisca-se a complicar bastante a vida aos operadores. Ao contrário do streaming de filmes, onde os conteúdos poderão ser alojados pelos próprios operadores como forma de reduzir o tráfego vindo de redes externas, o streaming de jogos significa que todo e cada utilizador precisará do seu próprio canal dedicado (que poderá ser de 4K a 60 fps). E com isso aumentará também substancialmente o consumo de dados: se alguém a jogar 3 ou 4 horas por dia numa consola ou PC representa um consumo de dados insignificante, essas mesmas 3 ou 4 horas podem representar algo como 50 ou 60GB de tráfego.
No final do mês isso pode representar 2TB de dados ou mais, o que poderá por à prova os "limites secretos" que muitos operadores mantêm ao abrigo das suas "políticas de utilização razoável" (PUR).
Para Phil Harrison, vice presidente e director geral da Google, isso não será um problema, pois acredita que os operadores irão adaptar-se e ajustar-se a estas necessidades. Uma "confiança" que muitos consideram ser pouco adequada tendo em conta a relação que os operadores normalmente têm com os clientes - desde logo fundamentada pela existência das obscuras PUR e dos próprios limites secretos.
Resta-nos esperar que esta nova era no consumo dos dados possa tornar-se numa oportunidade para os operadores entrem também eles numa nova era na relação com os clientes, onde haja maior transparência e respeito pelos mesmos. Mas, tendo em conta aquilo a que nos habituaram, não nos poderão culpar por nos mantermos cépticos até que essa confiança seja conquistada com acções e não com palavras ou promessas.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário