A lendária marca Commodore está de volta, e desta vez é liderada por um verdadeiro fã. Christian "Perifractic" Simpson, conhecido youtuber ligado ao retro gaming, comprou os direitos da marca e assumiu o papel de CEO, prometendo uma abordagem mais respeitosa à herança da empresa. Depois de décadas marcadas por má gestão e produtos duvidosos com tentavam aproveitar-se do famoso logótipo C=, esta nova tentativa quer finalmente devolver à Commodore alguma da sua glória dos anos 80.
O novo projecto começa com o lançamento do Commodore 64 Ultimate, uma recriação moderna do clássico C64 com suporte para periféricos originais, saída HDMI, e internamente baseado em tecnologia FPGA - assegurando a compatibilidade através de hardware e não de emulação por software. Estão previstas três versões: a básica BASIC Beige (€257), a Starlight Edition com iluminação LED (€300) e a luxuosa Founders Edition dourada (€429). O design mistura nostalgia com funcionalidades modernas, apostando na estética, desempenho, e - claro está - na nostalgia.
No entanto, o caminho está longe de ser fácil. A Commodore actual não é dona de todos os elementos do ecossistema original. Os direitos sobre o sistema operativo AmigaOS e até as ROMs do C64 pertencem a outras entidades. Além disso, o mercado retro é limitado e volátil; a euforia inicial pode rapidamente dar lugar ao desinteresse, como já aconteceu com outras tentativas de reviver clássicos. A empresa terá de convencer não só os entusiastas mas também um público novo, algo difícil num sector dominado por gigantes e onde alternativas como o Raspberry Pi oferecem maior versatilidade por um preço bastante inferior.
[ficamos a aguardar o lançamento de um Amiga renovado]
Ainda assim, há espaço para algum optimismo. Simpson quer transformar a Commodore numa marca focada na comunidade, apostando num “minimalismo digital” que rejeita o ruído das redes sociais e recupera a simplicidade da era dos microcomputadores domésticos. O sucesso está longe de estar garantido, mas desta vez a tentativa vem acompanhada da verdadeira paixão de um fã com provas dadas, e não apenas da vontade de ganhar dinheiro rápido com a nostalgia. Resta saber se essa paixão será suficiente para dar à Commodore um futuro sustentável.
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