As compras digitais têm sido subvertidas ao ponto de se tornarem menos versáteis que as compras físicas, e um campo onde isso mais se faz sentir é nos jogos.
Tirando algumas poucas excepções, o mundo da compra dos jogos digitais é uma verdadeira aberração, em que os editores esperam que um jogador compre um jogo para o jogar no PC, e volte a comprar para jogar numa PlayStation, ou Nintendo Switch, ou Xbox. O caso torna-se ainda mais caricato, pois estes mesmos editores fazem todos os possíveis por nos convencer que quando se compra um jogo não se está a comprar o jogo, mas somente uma licença para o podermos jogar - e se é esse o caso, se temos uma licença para jogar o jogo, ainda menos sentido faz estar a restringir esse direito por plataforma.
Há jogos que nos mostram um panorama melhor (embora pior noutros sentidos), em que podemos instalar um jogo gratuito em qualquer plataforma, fazemos o login na nossa conta, e temos acesso a todos os nossos conteúdos e compras "in-game"; mas nem todos os jogos se adequam a esse tipo de sistema como o Fortnite (que Tim Sweeney vai usando como exemplo) - e que também fica dependente da "boa vontade" do estúdio manter os servidores do jogo a funcionar; algo que garantidamente não irá durar para sempre, como demonstram os muitos jogos cujos servidores de autenticação já foram desligados ao longo das décadas, obrigando os legítimos compradores a terem que recorrer a cracks ou cópias pirateadas para poderem jogar o jogo que compraram.
Os editores e estúdios deveriam preocupar-se menos em gastar milhões de dólares em sistemas anti-pirataria - que não funcionam e infectam os PCs com verdadeiros spywares - e mais com a justiça de darem aos consumidores aquilo que estão a pagar o acesso ao jogo, que compraram legitimamente, e que deveriam poder aceder em qualquer plataforma à sua escolha, e com alguma garantia de que o poderão continuar a fazer daqui por 5, 10 ou 20 anos.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2021
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